Dia 1
Chegamos a um autocarro pequeno cheio de turistas. Só há dois lugares vazios, um junto ao motorista e outro na parte de trás. O autocarro salta nos buracos e embala-me até adormecer. De repente o nosso guia chama-nos e diz-nos para sair. Só eu e o Renato. Paramos em plena autoestrada e à nossa volta só havia carros, motas e campos. O guia aponta-nos para um homem velho que está sentado numa mota, diz “homestay” e deixa-nos. O resto do pessoal no autocarro olha para nós à medida que se afastam. O homem não fala ou compreende qualquer inglês e limita-se a apontar para a mota quase a desfazer-se. Será que vamos mesmo os três, mais as nossas mochilas por entre os campos com uma pessoa com quem nem podemos comunicar?
Estávamos em Ho Chi Minh. A cada passo que dávamos centenas de agências de viagens ofereciam viagens ao Delta do rio Mekong. O lendário Mekong, um rio enorme que começa no planalto Tibetano e corre por cinco países do sudeste asiático. Inicialmente queríamos ter lá ido sem recorrer a nenhuma agência mas não é fácil encontrar informação em Inglês sobre transportes locais. Também sabíamos que a cidade mais próxima do rio onde queríamos ir ficava a 150 km por isso alugar uma mota não seria muito conveniente. Depois de algum tempo desistimos da ideia. Comprámos uma viagem de dois dias por 900 000 dongs com uma noite em Homestay com uma família Vietnamita. Optámos por uma tour de dois dias porque queríamos ver um dos maiores mercados flutuantes do Vietname (disponível apenas para tours de 2 ou 3 dias) bem como ficar com uma família local na casa deles. Estas opções levaram a melhor sobre nós.
Partimos pelas 8 da manhã. A caminho, numa das paragens “obrigatórias” num restaurantes ficámos quase 40 minutos parados à espera do nosso condutor em vez dos 20 minutos estimados inicialmente. A próxima paragem foi num templo. Paramos perto de uma estátua gigante dum Buda chinês gordo mas ninguém se deu a trabalho sequer de no explicar o que aquele sítio era ou porque estávamos ali. Caminhamos ao longo de três estátuas enormes durante cerca de 20 minutos. Perguntamos o preço de um gelado normal, tipo corneto e esquecemos a ideia pois custavam quase 3 dólares cada.
Finalmente chegamos ao rio. Entramos num barco grande e éramos cerca de 20 pessoas. Alguns Europeus, Americanos, Australianos e um grupo de Vietnamitas. A volta de barco durou cerca de 20 minutos pois praticamente só atravessamos de um lado para o outro até chegarmos a uma ilha. O guia tentou explicar exactamente para onde íamos mas o barulho do motor do barco impossibilitou-nos de o entender. Ele era muito simpático mas tinha um sotaque tão forte que ás vezes nem percebíamos quando deixava de falar Vietnamita e começava a falar Inglês. Parámos em mais um restaurante pronto a servir-nos e que vendia alguns souvenirs. Foi quando começamos a ouvir a expressão “buy something” (compra qualquer coisa). Seguimos para uma zona onde usam cocos para fazer muita coisa. Usam praticamente todas as partes do coco, até as fibras castanhas exteriores são usadas para fazer os tapetes que se usam à entrada das casas para limpar os sapatos. Depois vimos uma máquina que aquece e carameliza o leite de coco enquanto um grupo de mulheres fazia caramelos. Degustamos um ou dois e tivemos mais uma oportunidade de comprar alguma coisa (velas de coco).
Um pouco depois começou a chover. Entramos num rio pequeno e estreito que nos levaria para o barco maior. Como sempre, mal começa a chover aparecem dezenas de mulheres do nada a vender capas para a chuva. Protegemo-nos debaixo de um telhado de madeira mas não tivemos tempo para esperar que o tempo ficasse melhor. Toda a gente vestiu as capas impermeáveis e nós vestimos os nossos casacos contra a chuva que tínhamos trazido e seguimos para os barcos. Deram-nos os típicos chapéus vietnamitas feitos de palha para nos proteger-mos da chuva e também para podermos tirar melhores fotos. O barco era muito engraçado mas fichamos com as pernas completamente encharcadas.
Quinze minutos depois estávamos de volta ao barco principal. Voltamos à cidade e esperamos cerca de trinta minutos pelo autocarro. Aqui fomos separados pois éramos os únicos que iam passar uma noites com uma família e partir para um segundo dia.
Felizmente não tivemos que ir os três na mesma mota com o homem que nos esperava. Do outro lado da rua estava uma mulher à espera com outra mota. Ela mal disse olá. Saltamos para as mota, eu com a mulher e o Renato com o homem. A caminho separamo-nos pois a mota em que o Renato seguia ia morrendo lentamente. Passamos por campos estranhos e locais de construções abandonados por cerca de dez minutos e depois por um caminho estreito ao longo de um rio. Comecei a pensar no que faria se estivéssemos a ser separados para sermos raptados. O Renato tinha o único telefone pois eu tinha perdido o meu no Camboja. Não tinha um tostão comigo mas não sei se alguém se acreditaria que estava a viajar sem dinheiro. Quando finalmente parei na casa, esperei uns minutos e o Renato lá apareceu. Ele teve que caminhar o último bocado pois a mota não aguentou o caminho. A mulher e o homem, provavelmente pai e filha desapareceram dentro da casa sem dizer uma palavra. Ficamos numa espécie de terraço sem saber o que fazer. Nem nos mostraram onde era o quarto.
A noite estava a cair e queríamos ir dar um passeio pela aldeia mas não foi fácil explicar isso à família. E não tínhamos as nossas lanternas. Serviram-nos o jantar: um peixe e ingredientes para fazer Spring Rolls. Felizmente, 3 miúdos vizinhos viram-nos e vieram até nós e um deles falava inglês. Graças a ele, aprendemos a fazer o Spring Roll e descobrimos onde era o nosso quarto. Também nos disse que não havia nada para ver ali à volta e que toda a gente ia dormir muito muito cedo pois levantavam-se pelas 5 da manhã. O nosso quarto era uma meia cabana de bambu com uma casa de banho sem porta e forrada com uma tela de plástico. Meia cabana pois era parcialmente aberta por isso se acendíamos a luz era invadida por centenas de mosquitos. Havia uma rede mosquiteira por isso não foi um problema.
Deitamo-nos às 8 da noite. Não havia internet mas tínhamos no computador dois filmes absolutamente horríveis que tínhamos começado a ver antes mas que tínhamos parado de tão maus que eram. Nessa noite vimos tudo até ao fim. Acabamos por adormecer apenas por volta da meia noite pois alguns galos deviam estar confusos e cantaram pela noite fora. Dormimos completamente vestidos para evitar sermos comido por bichos pequenos de todo tipo.
O segundo dia
Parecia que tinha dormido apenas 10 minutos quando ouvi as únicas duas palavras em Inglês da família anfitriã “acordem acordem”. Eram 5:10. Eu decidi não tomar um banho gelado e fui até à parte de fora onde ainda estava escuro. Depois de um pequeno-almoço(ovo frito e pão) fomos de mota até à cidade mais próxima. Esperamos pelo resto do grupo cerca de 30 minutos, quase a dormir num banco de jardim. Tínhamos o mercado flutuante à nossa espera.
Finalmente entramos no mesmo barco do dia anterior ou pelo menos muito parecido. A visita ao mercado levou cerca de trinta minutos e não saímos do barco. Este mercado não parecia um dos maiores do país. Algumas dezenas de barcos carregados de frutas ou vegetais que se encostavam uns aos outros e compravam mercadorias. Sem sinais das cores e azafama que vimos nas fotografias.
O resto do dia foi só a matar tempo até à hora de partir. Uma paragem numa plantação de fruta, outra numa loja de souvenirs, outra para comer, para beber, para esperar.
Eventualmente chegamos a uma aldeia para comer. O autocarro era suposto vir em duas horas mas acabamos de comer passados vinte minutos. O resto do tempo foi passado a passear na zona do restaurante na cidade.
O caminho de volta foi prolongado pois ainda fizemos um desvio para ir buscar mais turistas para levar para Ho Chi Minh City.
Espero que consiga continuar a viajar pela Ásia usando o mínimo possível de viagens organizadas pois são uma perca de tempo e dinheiro.
Magda
Hi,
Sorry to read about this terrible experience, but yes, avoid tours in Vietnam at any costs: they funnel all the tourists at the same time, at the same place, doing exactly the same thing.
I had a wonderful time in the Mekong Delta, but was on my own in Can Tho (which I really enjoyed) and from there booked with a guy I had met on the bus a boat for 7 hours to several floating markets (which are disappearing, by the way).
If you start in Vietnam: rent motorbikes (well, mopeds) instead of going on tours. They all are terrible. And if you want to go to the Halong Bay: do not book one of those stupid cruises, go instead on Cat Ba islands and from there, book a local boat.
I have written in depth about it on my Blog (I was in Vietnam 5 weeks beginning of the year).
Do not hesitate to contact me if you have questions
Cheers & Happy Travels!
Gilles
Thanks Gilles for your tips. Unfortunately we already left Vietnam and are now in Laos. Any tips for this country 🙂 ?We rented motorbike in other cities in Vietnam and it was great, but as I wrote on the post, Mekong delta was too far from Ho Chi Minh to do it there as well.
Good travels!
Magda
Hi Magda,
Laos is amazing – I do not know what you plan but I especially loved Phon Savanh, Vientiane, Wat Phu Champasak (trip there) and yes, believe it or not: Vang Vieng, now that it has been “cleared” from the party crowd. I haven’t tried the Gibbon Experience but heard it is great.
You can check what I wrote about Laos: http://grandescapades.net/grand-escapades-travel-guide-to-laos/
Cheers & enjoy Laos
Gilles
Hej Magda, my chcieliśmy zwiedzić Deltę Mekongu na własną rękę i muszę przyznać że organizacyjnie nie jest to łatwe. Tak naprawdę to trzeba po prostu jechać i na miejscu wszystko ogarniasz. Kilka razy mieliśmy problem ze znalezieniem noclegu albo jakiegokolwiek transportu do kolejnego miasteczka. Ale była przygoda i absolutnie nie żałują że się zdecydowaliśmy. Łącznie spędziliśmy tam tydzień.
Tutaj możesz zerknąć gdzie byliśmy i jak się organizowaliśmy, może następnym razem się skusicie 🙂
http://www.travelbloggia.pl/wietnam/delta-mekongu-na-wlasna-reke-czy-warto/