A viagem de comboio entre Jakarta e Bandung foi fantástica. Saímos bem cedo de manhã, e escolhemos os lugares mais baratos ao pé da janela. O Renato estava a adormecer mas eu não conseguia para de olhar pela janela. O verde intenso da erva era incrível. e os arrozais misturavam-se com a terra escura e avermelhada e as palmeiras castanhas. As pessoas trabalhavam nos campos, as crianças brincavam nas poças de água enquanto os carros estavam parados em filas de transito intermináveis. A paisagem tanto era plana como de repente surgiam montanhas. Depois de apenas meia hora de viagem tive a sensação de que a Indonésia se tornaria facilmente no meu país preferido até agora. A paisagem diversificada, a cultura e as cores vivas ficaram na minha memória por muito tempo.
Tínhamos um couchsurfer à nossa espera em Bandung. Quando saímos da estação apanhamos um taxi e seguimos para o seu apartamento. Assim que chegamos, o taxista, do nada, pediu muito mais dinheiro que o que tinhamos combinado e o seu inglês deficiente não facilitou as negociações. Alguns vizinhos aproximaram-se e olhavam para nós de um modo estranho. Bandung, apesar de me parecer uma cidade mais pequena, menos importante tem mais de 7 milhões de habitantes.
Felizmente o Van, o nosso anfitrião apareceu e safou-nos da discussão. Era um rapaz muito calmo e tímido que, por ser tão bem educado deixou-nos sempre uma ligeira sensação de desconforto. Vivia num apartamento pequeno com a sua irmã. Tinham muito pouca mobília, apenas os tachos e pratos essenciais e uma casa de banho pequena. A casa parecia muito austera, sem quaisquer decorações.
Depois de repousarmos um pouco fomos dar uma volta. O Van tinha um carro emprestado e fomos até ao centro de Bandung. Ficamos parados no transito mais de uma hora. Estava a chover e fazia frio. Estava tudo muito cinzento. A cidade não nos impressionou muito. A rua principal com um ou outro hotel mais exclusivo, a praça central com uma bandeira enorme e uma mesquita. Pouco mais havia para ver.
Paramos para comer num pequeno pseudo restaurante à face da estrada. O Van encomendou-nos uma tradicional sopa de massa. Comi a massa e e bebi a água mas a pata da galinha e as almondegas bem que ficaram no prato.
Pela noite o Van levou-nos com um amigo a uma termas de água quente. Tenho pena de tão termos chegado mais cedo. Estava já escuro e com o nevoeiro não pudemos vislumbrar as plantações de chá onde estas estavam inseridas. Havia algumas piscinas com temperaturas de água diferentes. Felizmente pude perceber que as mulheres que estavam nas piscinas estavam todas cobertas em roupas normais, incluindo jeans. Teria sido vergonhoso se tivesse entrado de Bikini… Felizmente tinha uma t’shirt a mais que pus por cima do fato de banho mas mesmo assim sempre que saía da água tinha que ter cuidado para tapar o meu rabo.
No dia seguinte fomos ver o vulcão, Kawah Putih.
Ainda que na pratica estivessemos a apenas 30 km do vulcão sabíamos que nos levaria bastante tempo a lá chegar. O transito estava por todo lado e não se restringia ao centro da cidade. Há cerca de 130 milhões de pessoas em Java e a ilha é três vezes mais pequena que a Polónia. As estradas são… como podem imaginar.
Finalmente chegamos a uma pequena aldeia com algumas barracas para turístas. Estacionamos o carro e dali seguimos de autocarro até ao vulcão. O tempo estava mau e quando quando saímos do autocarro tínhamos as nuvens a pairar mesmo por cima de nós. Descemos a cratera até ao lago azulado e fumarento. As nuvens, o fumo e o nevoeiro misturavam-se e a visibilidade era muito reduzida. Tiramos algumas fotos e rapidamente começou a chover.
O caminho de volta foi mais uma vez terrível devido ao transito. Mais duas horas para fazer 30km. Não imagino o que será viver assim diariamente.
Partimos no dia seguinte para explorar outros dois vulcões em Java, Indonésia.
Magda