Desde o início que ouvimos dizer que Inle Lake seria fantástico. Li muito sobre este sítio e sabia de antemão que este é dos lugares mais turísticos do Mianmar e queria evitar a parte mais comercial da cidade. Conseguimos? Nem por isso mas mesmo assim foi incrível.
O início foi bastante desagradável. Em primeiro lugar, a longa viagem desde Hpa An matou-nos. Estava muito frio e tínhamos pouco espaço para as pernas. Grande parte do caminho fez-se por uma estrada muito sinuosa e a partir das 4 da manhã ouvíamos muita gente a vomitar para os sacos de plástico que haviam sido distribuídos à entrada. Como podem imaginar, o cheiro que pairava no ar também não era o mais agradável. Quando finalmente chegamos a Nyaung Shwe e abrimos as cobertura das nossas mochilas percebemos que algo não estava bem. A minha mochila estava aberta e algumas roupas estavam fora apesar de a cobertura estar fechada com o cadeado. O mesmo se passou com a mochila do Renato. Ficamos surpresos pois as mochilas estavam dentro do autocarro nos bancos traseiros enquanto nós seguíamos nos bancos da frente. Alguém durante a noite, talvez numa das paragens, foi à traseira do autocarro e teve tempo suficiente para abrir o cadeado, remexer dentro das mochilas e voltar a fechar tudo. Felizmente as coisas de valor (passaportes, dinheiro, cartões, computadores e câmaras) estavam connosco nas nossas mochilas pequenas. Mesmo assim o ladrão deu com um anel de prata que o Renato me tinha dado no meu aniversário no Laos uns meses antes e que estava guardado num estojo pequeno com alguns cosméticos e medicamentos. Falamos com o motorista que se prontificou a pagar a nossa perda do seu próprio bolso só para não ter problemas com a policia ou com o seu patrão. Foi de manhã cedo que nos apercebemos disto e estávamos exaustos. A perda monetária não foi assim tão elevada (apesar de o valor sentimental ser grande) e decidimos deixar as coisas como estavam e saímos.
Depois de meia hora à procura de hotel lá encontramos um que achamos decente, um pouco caro (20 Dólares), mas por esta altura já nos tínhamos apercebido que os preços dos hoteis no Mianmar são muito mais elevados que na Tailândia ou no Laos por exemplo. Sabíamos que a cidade é pequena pelo que a localização do hotel não seria muito importante pois podíamos caminhar para todo lado.
Depois de uma sesta e de tomarmos o pequeno almoço (a grande vantagem de ficar em hotéis pelo Mianmar è que apesar de caros, incluem quase sempre o pequeno almoço) saímos para dar uma volta. Ficamos tentados com um sinal que dizia “Estão fartos de arroz? Inle pancake kingdom” e foi onde acabamos por almoçar.
Tenho que admitir que Nyaung Shwe não è bonita ou interessante de todo. É composta por uma série de ruas com hotéis construídos sem sentido e quando não há hotéis, está tudo muito muito sujo. Mesmo a marginal do rio que nos levaria ao famoso lago não convida a uma exploração mais aprofundada. Aparentemente este é o sítio mais turístico do Mianmar mas carece ainda de uma infraestrutura turística decente. Por outro lado, talvez seja melhor assim pois confere-lhe uma maior autenticidade.
Não há muito para visitar na cidade em si. Há alguns templos mas nada de especial. Pode-se no entanto fazer um passeio de bicicleta até ao mosteiro Shwe Yaunghuew Kyaung, conhecido pelas suas janelas arredondadas. Mesmo ao seu lado pode-se visitar um Stupa pequeno recheado de pequenas imagens de Buddha oferecidas por pessoas de todo mundo, cada uma com o nome e país de origem da pessoa que fez a oferta
Ai, o tempo que perdemos à procura de internet. Tínhamos que enviar uma coisa com urgência mas a internet do nosso hotel não estava a funcionar. Na recepção disseram-nos que isso devia-se ao facto de haver muita gente na cidade naquela altura e que a rede estava a falhar em todo lado. Fomos a cerca de 4 restaurantes diferentes mas no fim acabamos por desistir, esperando apenas que ninguém estivesse demasiado preocupado em casa. Desde há algum tempo que a única forma que tinhas de falar para casa era a internet pois tinha perdido o meu telefone no Camboja e o cartão SIM do Renato não estava a funcionar. Só tivemos acesso à net em Mandalay.
Nyaung Shwe estava muito cheia apesar de a maioria dos turistas não serem estrangeiros. O festival Phaung Daw Oo Pagoda estava a acontecer no lago. No dia seguinte, quando arrancamos no nosso barco de manhã bem cedo, percebi porque havia tanta gente por todo lado. Mas sobre o passeio pelo lago, poderão ler no próximo artigo.
Magda
Mais fotos do Mianamar aqui.
Hello Magda.
I’ve just read an article about you both on a portuguese magazine: “Volta ao Mundo” and I wondered if you’re the young woman who was in Escola Secundária Inês de Castro as a Comenius Assistant a few years ago (2 or 3 years ago perhaps!)
If you’re the one, I’m glad to know you’re living your dream, exploring all life oportunities in such a brilliant way! Keep going and my best wishes for you both, of course!
Take care.
Maria José
Dear Maria Jose,
Yes it is me! Very nice to hear from you. Currently we are already back from our travels, we are settling down with my husband in Poland, but thinking of the next adventure 🙂
Thanks for your wishes and all the best to you too. Send abraços to other teachers who still remember me, especially to Palma 🙂
Magda