Antes de sairmos para a Tailândia fiz promessa que não iria usar viagens organizadas por agências. Não vou ser aldrabada por um bilhete conjunto preparado especialmente para turistas. Vou viajar por mim porque é mais barato e é melhor viajar com locais nos seus autocarros que em grupos com um montão de turistas cheios de malas…
Mas aconteceu. As primeiras tentativas de encontrar uma ligação a Railay no sul acabaram por ser um fiasco. Não foi fácil encontrar um website oficial com os horários dos autocarros, não é fácil entender os horários dos comboios, a estação é longe e não sabemos com que antecedência é necessário fazer a marcação. Claro que é possível mas é preciso muita motivação ou, no melhor dos cenários, um amigo Tailandês.
Os Tailandeses encontraram uma solução engenhosa para a quantidade massiva de turistas que invade o seu país todos os dias. Em todos os cantos há agências de viagem que organizam todos os possíveis transferes e alojamentos. E embora pareça (eu tive a certeza por alguns dias) uma maneira eficaz de tirar partido dos pobres turistas perdidos, não é assim tão mau. Os preços são razoáveis, não tens que te preocupar com ligações entre autocarro e barcos ou barcos e carrinhas, há sempre alguém para te orientar nas paragens etc. E apesar deste tipo de viagem parecer um pouco caótica porque estás num grupo de pessoas que tem todos destinos diferentes e vão todos no mesmo autocarro, com as malas todas misturadas, eventualmente todos acabam no seu destino com a sua bagagem e no tempo previsto.
Nós vivemos isto enquanto viajávamos de Banguecoque para Krabi. Pela hora combinada aparecemos à porta da agência onde o autocarro deveria esperar por nós. Já lá estava um grupo de mochileiros mas todos tinham destinos diferentes: Krabi, Chiang Mai, Phuket, Suratani. Uma pessoa da agência deu-nos uns autocolantes para colocarmos nas t’shirts com umas letras em Tailandês que não entendíamos e levou-nos rapidamente para o autocarro. A viagem decorreu sem problemas, mesmo quando nos dividimos em pequenos grupos e nos começamos a separar. Até o carregar e descarregar das malas correu bem. Nada foi perdido. De Krabi era suposto irmos até Railay mas como esta é apenas acessível via barco, se quiséssemos ter feito a viagem por nossa conta e risco, teríamos que procurar um autocarro na estação que nos levasse ao pontão certo e depois esperar por um barco para Railay. Ter-nos-ia levado provavelmente meio dia a a sob o calor com a mochilas aos ombros. No entanto, por menos de 5 euros, a agência levou-nos aos dois numa carrinha com ar condicionado e indicaram-nos o sítio certo para comprar os bilhetes do barco.
Igual foi a viagem entre Ko Phi Phi e Ko Samui do outro lado do país. Compramos a viagem chegamos sem problema algum. Havia mais de 300 pessoas e ainda mais malas no ferry e ainda não entendo como organizam tudo tão rápida e tranquilamente.
Eu sei que isto significa optar por um atalho e que não irei viver tanto o “folclore Tailandês”, não vou falar com nenhum local no comboio ou no autocarrro, talvez seja um pouco mais caro mas de certeza é mais rápido e conveniente. E como se escolhe de entre as centenas de agências? (Não parecem agências de viagem. São antes umas bancas quase ambulantes com meia dúzia de posters e alguns preços escritos à mão). A melhor maneira é fazê-lo no local de partida. Um dia ou dois antes da saída ir até duas ou 3 diferentes perguntar preços e escolher a mais barata. Vendem todas o mesmo. Ou escolham aquela onde o vendedor foi mais simpático. A diferença nunca vai ser maior que uma cerveja ou um café no vosso país de origem. Não recomendo que comprem estas viagens com meses de antecedência ou mesmo uma semana antes pois nunca sabem quando os vosso planos mudarão ou se encontrarão uma opção melhor. Cometemos esse erro uma vez quando compramos o bilhete com data em aberto de Ko Phi Phi para Ko Samui ainda estando em Railay pois o preço pareceu atractivo. Já em Ko Phi Phi percebemos que poderíamos ter comprado ainda mais barato. Mas vale mesmo a pena andar preocupado, sempre à procura de poupar meia dúzia de centimos quando podiam estar deitados debaixo de uma palmeira numa praia com mar azul turquesa?
Magda
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