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Dois dias de visita a Hpa An, Mianmar

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Tínhamos como destino o norte do país. Mas queríamos parar entre Mawlamyine e Inle Lake. Depois de falarmos com algumas pessoas e lermos alguma coisa sobre o assunto chegamos à conclusão de que Hpa An seria a melhor opção. Fica a 3 horas de distância de Mawlamyine e ouvimos dizer que seria interessante.

A cidade em si é relativamente pequena mas muito confusa. Há motinhas por todo lado e as ruas são invariavelmente sujas. Há lojas, minimercados, alguns restaurantes, templos budistas e mesquitas. Encontramos facilmente a Soe Brothers Guest House que nos havia sido recomendada por outro viajante que tínhamos conhecido e com quem tínhamos jantado na noite anterior em Mawlamyine. Deve ser o sítio mais conhecido entre os mochileiros em Hpa An pois estava cheio de ocidentais de mochila às costas. O nosso ponto de referência era um relógio digital numa torre verde na rotunda bem no centro da cidade.

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As pessoas usam roupas coloridas e as mulheres tem as caras pintadas. Quase toda gente tem o seu próprio negócio, seja ele a vender fruta na rua, a transportar  pessoas num tuk tuk ou uma loja de reparação de telefones.

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Hpa An vale a pena visitar pelos seus arredores. Sabíamos da existência de duas grutas a poucas dezenas de kms e alugamos uma mota e fizemo-nos à estrada.

A primeira gruta, Kaw Ka Taung, repleta de imagens de Buda fica a apenas 10 kms é pequena e visita-se em pouco mais de 20 minutos. É muito húmida  lá dentro e a água escorre pelas paredes de pedra. A entrada tem o chão forrado a tijoleira e é muito escorregadio. Um pouco mais adiante a gruta começa a estreitar e não a aconselho a quem seja claustrofóbico. É preciso passar por um buraco de cócoras e do outro lado há apenas uma câmara minúscula com mais umas imagens de Buda.

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A segunda gruta, Sadan, é digna desse mesmo nome. É enorme e pode atravessar-se toda e sair do outro lado. Depois de se subirem os imensos degraus entra-se numa camara enorme e com água a escorrer por todo lado. Estávamos descalços pois não era possível entrar-se com calçado e a verdade é que os chinelos que trazíamos não teriam ajudado nada. Um pouco mais adiante e embrenhados na gruta a escuridão era quase absoluta. Não fossem as lanternas pequenas de leds que tinhamos connosco e não poderíamos ter continuado. O chão está muito escorregadio. Era quase impossivel caminhar e acabei por cair na lama e sujar-me todo. Ouviam-se os milhares de morcegos que voavam bem lá no alto. A determinada altura achei que provavelmente fosse melhor voltar para trás. Não se via nada e pensei mesmo que fosse o final da caminhada mas a Magda insistiu e seguimos em frente. Há umas cordas que ajudam nas partes mais difíceis e lá fomos devagar até que avistamos uma luz ao fundo do túnel.

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Demoramos cerca de uma hora a atravessar a gruta a fomos compensados com um lago do outro lado onde nos pudemos lavar e onde umas canoas nos esperavam para levar de volta à entrada onde tínhamos deixado a mota e os chinelos.

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Pagamos 4000 kyats pelo transporte que partilhamos com mais 3 pessoas e o “condutor” Eram todos locais e dois deles eram monges num mosteiro localizado mesmo ao lado da gruta. As águas eram muito baixas e o homem que dirigia a canoa apenas usava um pau que batia no fundo do lago para mudar de direcção quando queria. Tivemos que passar por baixo da montanha literalmente. Há uma especie de buraco que não tem mais que um metro de altura mas que é suficiente para o barco com gente dentro passar.

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De volta à motinha tínhamos 20 km para voltar ao centro de Hpa An. Estávamos mesmo no campo e viam-se agricultores nos campos e pescadores no lago.

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A estrada que nos levaria até à rua principal era toda em terra durante uns bons quilómetros e num dos muitos buracos devo ter furado um pneu. Só quando entramos na estrada alcatroada é que me apercebi que tinha pneu em baixo. Achei nesta altura que podia ser apenas o pneu vazio pelo que parei logo num dos muitos mecânicos de motas à face da estrada que me encheu o pneu e disse que não queria dinheiro nenhum.  Não andei mais que dois quilómetros até ter o pneu novamente vazio. Estava mesmo furado. Encontrei outro mecânico umas centenas de metros à frente e paramos para mudar a câmara. Fez aquilo muito rápido e lá fomos.

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Sabia que estava com a gasolina contada às gotas mas como ia devolver a mota mal chegasse ao centro decidi arriscar. Não foi possível. Não devíamos estar a mais que 2 quilómetros do hotel e a mota falhou. Felizmente praticamente todas as lojas e minimercados vendem uma gasolina “caseira” em garrafas de litro por isso não foi difícil arranjar uma solução para o problema.

De volta ao centro ainda visitamos um templo. Por esta altura da viagem os templos já começam a parecer todos idênticos e não é possível dar-lhes tanta importância.

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Foi óptimo termos visitado Hpa An pois deu-nos a oportunidade de visitar um sítio menos conhecido do Mianmar que não está no circuito normal do turismo.

Renato

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