Onde estamos agora? Polónia

Jacarta, Indonésia

Estamos nesta zona da Ásia há cinco meses. As capitais têm todas algo similar – muitos contrastes entre zonas, multidões de gente, pobreza, muito lixo, alguns monumentos e uma zona rica de negócios.

Pensei que estava já habituada a esta confusão e que Jacarta não me iria impressionar. No Entanto, todos os aspectos negativos de uma cidade grande são aqui mais visíveis.

Nunca vi tanta sujidade e lixo na minha vida. E não é só o lixo. Ao longo dos passeios há quilómetros de esgotos a céu aberto e mesmo por cima vendedores de comida em bancas improvisadas. Os poucos contentores de lixo estão vazios porque as pessoas atiram tudo para o chão. O rio(ou canal) não parece mais um braço de água mas sim um rio de lama cheio de sacos e garrafas de plástico. Os miúdos brincam alegremente ao longo do rio e não entendo como conseguem estar à vontade com o fedor que paira no ar. As ratazanas estão em todo lado…

     

 

Jacarta tem mais de 10 milhões de pessoas que na sua grande parte vivem em casas improvisadas feitas de pedaços de metal e madeira encontrados algures no lixo. Ao longo da linha férrea há bairros inteiros cujos telhados são feitos de bocados de plástico e o “jardim” são montanhas de lixo. Algumas pessoas dormem em qualquer lado e um pedaço de cartão serve de colchão para eles.

Cada quilómetro caminhado é uma tarefa árdua pelas ruas sujas, grande parte das vezes sem passeios e onde um pedestre é a última coisa a que alguém vai prestar atenção. Os carros estão sempre com pressa de chegar a algum lado e os sinais de tráfico perderam o seu significado. Uma rua de 3 faixas serve para pelo menos 4 carros lado a lado mais 2 tuk tuks e alguma motas. É provavelmente a única cidade onde até as motas ficam paradas no trânsito. Não há um centímetro de estrada sem um veículo. Todos estão com pressa e lutam pelo espaço para chegaram um minuto que seja mais cedo.

É uma cidade de contrastes claro. Ao lado de uma rua com esgotos a céu aberto encontra-se uma praça enorme dos tempos Holandeses. Gente jovem senta-se com os seus smartphones ou jogam cartas num dos muitos cafés. Há dois ou três edifícios renovados e com bom aspecto. Já não há carros e há menos lixo. Mas mal se entra numa ruela ali ao pé o lixo, o mau cheiro e o caos regressam.

       

Há uma mesquita majestosa no centro da cidade. Não tem como não vê-la. Não havia mais turistas por lá e o segurança levou-nos para um quarto separado onde nos fez alugar roupas para nos cobrirmos. Foi só uma desculpa para pedir donativos para a mesquita.

Na parte principal não havia gente a rezar mas sim uma série de homens deitados no tapete gigante que cobria o chão do interior mesquita. No segundo andar algumas pessoas usavam pedaços de cartão e jornais para se cobrirem. Nem uma chamada à hora da oração os acordou.

     

A sul de Kota, a parte antiga com edifícios holandêses, há uma avenida larga com arranha-céus. Prédios elegantes azuis, muitos centros comerciais com letras douradas da Louis Vuitton a brilhar lá ao longe. Carros vistosos com vidros fumados e ar condicionado separam-nos do resto do mundo. Provavelmente os muros altos em redor das suas casas permitem-lhe também uma vida mais normal em Jacarta.

     

Jacarta não é recomendada a turistas. Os nosso amigos sempre nos disseram que não valia a pena nem um dia por causa do trânsito caótico e da falta de atrações. E a verdade é que durante dois dias vimos apenas dois turistas. Estavam todos provavelmente em Bali deitados numa praia a beber de uma palhinha num coco. Não admira que passados apenas dois dias tenhamos escapado para o Este. Íamos subir um Vulcão.

 

Magda

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