O nosso segundo destino de praia na Tailândia foi Koh Phi Phi Don, a maior ilha do arquipélago de Koh Phi Phi em pleno mar de Andamão.
Saímos de Railay em Krabi bem cedo e chegamos por volta das 11 da manhã juntamente com centenas de outros turistas que chegavam para passar umas horas pela ilha e depois voltar para Phuket ou Krabi. Para se ter acesso à ilha é necessário o pagamento de 20 Baht à saída do Porto.
Não tínhamos hotel reservado pelo que caminhamos numa de explorar a parte principal da vila de Ton Sai enquanto íamos perguntando aqui e ali pelos preços dos quartos até que nos decidimos pelo Tara Inn numa das ruas principais e de mais enchente de pessoal. Quando nos referimos a uma rua, é importante perceber que Phi Phi não tem estradas. Podem ver-se meia dúzia de motorizadas se tanto e o transporte interno na ilha é feito com um tipo de carrinho de mão. Os homens que os empurram pelas ruas cheias de gente vão fazendo um sinal sonoro com a boca como se de uma buzina de um carro se tratasse(bip bip:).
A primeira coisa que fizemos depois de deixarmos as malas foi seguir para a praia X e saltar para dentro de água para refrescar. Ficamos cerca de uma hora até que decidimos começar a explorar. O primeiro sítio foi o miradouro de onde se tem uma perspectiva bastante geral da ilha. São centenas de escadas até lá acima e o calor apertava mas a custo lá chegamos. Tem que se pagar um bilhete de 30Baht para entrar e no topo há um pequeno café com tudo que precisam para se refrescarem.
De volta ao centro da vila, algumas largas dezenas senão centenas de bares preparavam-se para a festa que é diária. Todos vendem baldes de bebidas alcoólicas e alguns tem mesmo mesas para se jogar beer pong. Acho que a ideia é mesmo beber até cair para o lado… São milhares de pessoas, sobretudo jovens que bebem e festejam sem pudor. Encontramos um sitio para jantar e deixamo-nos ficar um pouco para absorver tudo à nossa volta.
No dia seguinte bem cedo decidimos explorar o lado Este da ilha. Fomos ao longo de Ton Sai Bay por caminho meio improvisados no meio da selva e antes de chegarmos a Long beach vimos duas outras praias, minúsculas, quase vazias. Um pequeno paraíso. Numa destas praias paramos para almoçar e escrever um pouco. Por esta altura, depois de quase duas semana na Tailândia, a comida já nos é familiar e cada vez sabe melhor. Seguimos depois até uma praia que sabíamos existir do outro lado dos montes. O caminho, mais uma vez feito por entre trilhos sinuosos. Por fim lá estávamos em Loh Moo Dee beach. Estavam cerca de 5 pessoas em toda a praia e não podíamos estar mais relaxados. Alugámos duas mascaras de mergulho e fizemos snorkeling ali mesmo. Estávamos praticamente sós.
Quando voltamos a Ton Sai, decidimos procurar por outro quarto. Estávamos mesmo na zona dos bares e fazia muito barulho de noite. Reservamos então o Kaya guest house para as próximas duas noites. Imagino que quase metade das lojas em Ton Sai vendam bilhetes para as diversas tours que se podem fazer a partir dali. Optamos por uma que levaria um dia a fazer e que nos levaria a vários sítios em torno da ilha. Isto incluía pequeno-almoço e almoço pelo que o preço não terá sido um exagero: 450 Baht por pessoa.
Entramos no Long Tail Boat (um tipo de barco muito comum na Tailândia) com um grupo de 28 pessoas. Não poderia ser mais turístico mas pelo preço nem pensamos duas vezes.
A primeira paragem foi em Shark’s point(sítio dos tubarões) para fazer snorkeling! Não tenho problema em admitir, não gosto de tubarões. Ou melhor, gosto deles mas bem longe de mim.. Mas estava ali e sabia que a probabilidade de me encontrar com um era mínima pelo que não hesitei em saltar para dentro de água. O mar estava limpo e transparente. O barco tinha ancorado perto de umas rochas no meio do mar e a profundidade não era mais que uns 3 metros. Era possível ver absolutamente tudo. Parecia que estávamos num aquário tal era a quantidade de peixes de todas as cores que conseguimos ver. Apenas 7 ou 8 pessoas de toda a gente que estava no barco saltou para a água então não foi tanta confusão. Quando alguém atirava um bocado de pão para a água os peixes amontoavam-se não se importando se estávamos ali ou não. Estivemos ali cerca de meia hora mas foi incrível. E por fim, nenhum tubarão nos veio dizer olá..
Passamos depois por Viking’s cave(a caverna do Viking) cuja entrada agora é proibida mas ficamos parados por uns minutos para podermos ver o máximo possível. Viking’s cave, tem uma serie de desenhos pré históricos que se crê terem sido feitos por ciganos do mar que a usavam para se abrigarem das chuvas das monções. Daqui sai o mais famoso ingrediente para a iguaria chinesa, a sopa do ninho de pássaro. Milhares de pássaros constroem os seus ninhos com as sua própria saliva nas arestas da caverna e posteriormente alguns serão colhidos e vendidos para serem usados em receitas tradicionais chinesas. A colheita destes ninho é feita de modo a ser o mais sustentável possível para que a esta prática não se extinga.
Parámos depois em Bamboo island. A desilusão com esta ilha foi grande. Para além de estar sobre-lotada estava bastante suja. Garrafas e sacos de plástico por todo lado e uma quantidade de barcos insuportável. Ali foi-nos servido o almoço e depois de duas horas arrancamos para Koh Phi Phi Leh a segunda maior ilha do arquipélago. Esta ilha tem basicamente duas baías. De um lado a Maya beach que se tornou famosa por ter sido onde o filme “A Praia” teve lugar do outro lado uma lagoa gigante completamente rodeada de verdes penhascos e perfeita para refrescar. Infelizmente, mais uma vez, havia muitos barcos e por consequência muita gente mas o que se pode esperar?
Chegamos a Maya beach por fim e exploramos o pouco que há para se explorar. Existem agora permanentemente uma casa de banho e um bar. A praia é de facto linda mas foi colocada num pedestal, a meu ver sem muita razão. Poderia até ser a melhor praia do mundo se não fosse tão conhecida e não tivesse tanta gente. No entanto acho que a sua visita é fundamental.
A última paragem que fizemos antes de chegarmos a Ton Sai bay foi na Monkey beach(praia dos macacos). Um grupo enorme deles na praia parece que estavam à nossa espera. Assim que o barco atracou chegaram-se ao barco e o condutor deu-lhes uma série de bebidas que rapidamente abriram e beberam. Quando a começamos a sair do barco para a praia, um dos macacos roubou imediatamente uma malinha pequena que uma senhora levava a tira-colo. Na tentativa de reaver o que era seu tentou desviar a atenção do macaco com uma camisola enquanto agarrava e mala com a outro mão. Mas o macaco não cedeu e começando a gritar alertou outro macaco muito maior que veio em seu auxílio. A senhora ao fugir tropeçou e caiu desamparada no meio da praia mas ajudada por alguns amigos rapidamente se recompôs e à segunda tentativa lá recuperou a bolsa.
Tivemos um dia cheio. Em Ton Sai o ambiente já se preparava para mais uma noite de festa. Na praia já há jovens Tailandeses com os seus espectáculos de fogo típicos por todo lado. Mulheres em biquíni e álcool por todo lado no centro da vila. Creio que a população, maioritariamente muçulmana, já não se importa pois é do turismo que a maioria vive e acredito que há muito se habituaram à maneira de estar dos jovens ocidentais quando estão de férias.
Koh Phi Phi fazia parte dos meus planos de viagem há muito e não desiludiu. Praias de uma beleza extrema com um mar sempre maravilhoso, gente simpática, boa comida e tudo com preços muito acessíveis. Não é um sítio onde me importasse de passar uma longa temporada. Quem sabe um dia.
Renato