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O esquema de Bangecoque: uma viagem de tuk-tuk de borla

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Era a nossa primeira noite em Banguecoque. Queríamos começar por visitar Wat Phra Kaew (o Templo do Buda em Esmeralda). Não estava muito calor pelo que decidimos caminhar. Uns 200m depois de passarmos a famosa rua dos mochileiros festivos Khao San Road, apercebemo-nos que tínhamos deixado o nosso mapa no hostel. Rapidamente vimos um mapa menos detalhado num poste. Enquanto estávamos a ver por onde tínhamos de ir acercou-se de nós um Tailandês super amigável que perguntou se precisávamos de ajuda. Perguntou se era a nossa primeira vez em Banguecoque e se tínhamos um plano para visitar. Quando lhe dissemos o templo a que queríamos ir ele sorriu e disse que estava fechado para almoço mas que poderíamos começar por outro templo do outro lado. De facto era hora de almoço. Eu tinha lido num guia sobre alguns esquemas para “roubar” turistas, tours de tuk tuk por 10Baht que acabavam em lojas vendendo coisas a preços acima do normal nas quais o motorista ganha uma comissão… Era o nosso primeiro dia, não estávamos assim tão bem preparados e o homem parecia de confiança.

Mostrou-nos o que devíamos visitar durante aquela tarde e disse-nos que poderíamos arranjar um tuk-tuk que nos levasse a todos aqueles sítios mas tinha que ser um dos que tem matrícula amarela porque são mais baratos pois o governo paga a gasolina. Eu sei, soa estranho mas acho que só por estarmos na Tailândia não estávamos a pensar direito. De repente, um tuk-tuk aproximou-se de nós e por coincidência, de matricula amarela. O nosso “amigo” disse-nos que ele nos levaria a dois templos, depois faria uma primeira paragem no TAT – Autoridade de Turismo –  para darem ao motorista um cupão para a gasolina e onde poderíamos obter um informação extra acerca da nossa viagem. Ele disse que precisamos de comprar os bilhetes de comboio ou autocarro o mais cedo possível e que ao comprar os bilhetes em conjunto com o hotel ficaria mais barato. Não estávamos interessados nisso mas acordamos em lá parar para que o nosso motorista tivesse direito ao cupão dele. Depois, levar-nos-ia para os restantes dois templos.

A nossa “tour” começou sem sobressaltos. Fomos visitar o Wat Tindrawihan, o o Buda de pé. O nosso motorista esperou por nós enquanto o visitamos e levou-nos para o segundo templo.

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A terceira paragem foi na TAT. Paramos perto de uma agência de viagens um tanto ou quanto manhosa. Dissemos ao motorista que não estávamos interessados em comprar nada mas que poderíamos ir buscar o voucher para ele. Ele disse que não tinha direito ao voucher a não ser que fossemos lá dentro. Ok, pensamos. Vamos la dentro fazer umas perguntas e saímos.

A rapariga lá dentro inicialmente foi muito cordial e educada e começou imediatamente a preparar uma tour pelo país. ” Viagens e dormida em conjunto é mais barato, quanto mais marcarem mais barato fica”. Então deixamos que nos preparasse um roteiro e pensamos que teríamos, mais não fosse, uma boa referência para planear à nossa maneira. Começamos por perceber que algo não estava bem quando, durante a nossa conversa, ela disse que não poderia-mos levar o papel onde escrevia connosco. Eu disse na brincadeira que que tirava uma foto mas ela não gostou da piada e disse: “não”. Calculei rapidamente o preço em euros e disse-lhe que estava fora do nosso orçamento. Ela olhou para mim e perguntou-me “és Russa?” “não, sou Polaca” disse. “Ah, então é por isso”. instalou-se o silêncio.

Finalmente lá nos deu o melhor preço que tinha para todos os transportes mas disse que se marcássemos os hotéis com ela que seria muito mais barato. Por esta altura sabíamos que era um esquema mas mesmo assim não queríamos ser mal educados por isso dissemos-lhe que voltaríamos no dia seguinte. “A promoção é só hoje” atirou ela enquanto saíamos só para confirmar que nos tentava enganar.

Voltamos ao nosso “pobre” motorista, que percebeu que negócio algum havia sido realizado e em vez de nos querer levar ao próximo templo conforme combinado, pediu-nos se nos poderia levar a uma loja de roupa onde poderia obter outro cupão. O Renato explicou-lhe muito simpaticamente  que não estávamos interessados em comprar nada e que sabíamos que não havia qualquer cupão e que nos levasse ao próximo templo. Podíamos ver que começava a ficar chateado mas recomeçou a conduzir. Uns 5 minutos mais tarde parou no templo, indicou-nos a entrada e e disse que pararia no canto mais próximo. Entramos sem sequer percebermos se estávamos no sítio certo. Quando olhamos para trás o Tuk-tuk já tinha partido. Deve ter percebido que não ia ganhar comissões connosco e partiu sem sequer querer saber dos 60Baht que tínhamos acordado inicialmente. Saímos do templo a rirmo-nos e lentamente a interiorizar o quão ingénuos fomos ao acreditar nas “amigáveis” recomendações do primeiro homem que nos abordou. Mas por outro lado fizemos uns bons quilómetros de tuk-tuk de borla.

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Mais sobre esquemas de turistas em Banguecoque e como evita-los brevemente.

Magda

Mais fotos da Tailândia aqui.

Hotéis em Banguecoque aqui.

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